Com base na leitura de Medeia (Eurípides, 431 a. C.), pretendemos discutir algumas releituras da personagem bárbara em 4 momentos históricos diferentes, a fim de pensarmos na recepção dessa tragédia grega em contextos que, embora muito distantes da Atenas do século V a. C., parecem conservar em si complexas e desiguais compreensões do Outro. As relações intertextuais serão traçadas com a leitura das peças Medeia (Sêneca, 41 d. C.); Mata teu pai (Grace Passô, 2017); Medea Mina Jeje (Rudinei Borges, 2018) e Medeia do Olimar (Mariana Percovich, 2009). Para tanto, nossa proposta se concentra em 30 horas, destinadas às leituras dos textos e a 4 encontros semanais na modalidade de ensino remoto, via plataforma on-line, nos quais trataremos do aproveitamento que o mito de Medeia possibilita à recriação de um corpo bárbaro que, quando reencenado nos palcos, denuncia cenários de iniquidade e estratégias de anulação inscritas em si. O título “Medeia: as outras, os outros e o Outro”, com efeito, parte desse encontro do mito com a tragédia e suas releituras na conformação de outras Medeias, em confronto com outros problemas, contextos e personagens que, nas narrativas presentes nesse recorte comparativo, recuperam sujeitos historicamente deslegitimados e rasurados na bastardia.
Público Interno: Discentes em geral.
Público Externo: Interessados em geral.